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Por passos democráticos

Por Aída Aparecida em 12/08/2022 às 13:51:56

Ontem me veio a mente uma imagem recorrente de minha infância. Artistas subindo a rampa do planalto carregando a bandeira do Brasil que flutuava ao vento. Anos de 1980, cabelos curtos para as mulheres e topete bem feito para os homens. As roupas coloridas da época contrastavam com as edificações de linhas futuristas da capital brasileira.

Eu criança, assistia tudo emocionada, entendendo apenas que aquele era um momento importante para a história. Os anos se seguiram e a Constituição de 1988 foi finalmente instituída. Chorei com a morte "estranha" de Tancredo Neves e o "acidente" de Ulisses Guimarães.

Hoje, tenho vivido o engatinhar democrático, historicamente falando. Assinei e li a carta da Universidade de São Paulo (USP), a favor do Estado Democrático de Direito, nos dando a nítida noção de estarmos vivenciando ameaças à democracia. Em 1977, quando a mesma instituição escreveu uma carta manifesto eu era um bebê, mas li em livros de história, como meus netos vão ler sobre esse momento atual.

Sim, como bem escrito na carta, temos muito a avançar. A democracia em cada nação se faz entre acertos e erros, mas se faz com clareza, exposição do uso da máquina pública doa a quem doer; e dói nos que a administra a exposição de suas negligências, por mais que as tentem esconder, ou punir e denegrir quem as faz, nós jornalistas.

Nasci em uma ditadura. Compreendermos que estávamos vivendo uma inflação, termos a noção de um sistema corrupto nos era negado em período ditatorial. Fato é que a corrupção sempre existiu e ao cidadão era proibido até mesmo reclamar. Ir contra o sistema era motivo para prisões, torturas e assassinatos, numa impunidade desmedida. Há quem levante uma bandeira cristã, para pregar a morte, a privação do livre arbítrio, e tantos outros discursos contrários a pregação divina. Fato é que Orçamento Secreto é nome instituído para mascarar a corrupção, entranhada no sistema desde o início da história da sociedade brasileira.

Teremos nos próximos meses o poder de escolher continuarmos nosso direito a informação doa a quem doer; à manutenção da liberdade de expressão, no limite da libertinagem, mas liberdade. Mostrar a realidade do país e sermos protagonistas da história de uma nação. Busquemos caminhar nos passos da democracia para todos.

"(...) A democracia em cada nação se faz entre acertos e erros, mas se faz com clareza, exposição do uso da máquina pública, doa a quem doer; e dói nos que a administra a exposição de suas negligências (...)".

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